domingo, 25 de julho de 2010

Folha 13

Derreti toda a fúria e nessa taça eu bebi.
Calei minha luxúria com os olhos em chamas e nem insisti.
Respeite minha aridez,
Sou o deserto que se inunda e se seca todo dia,
O dia que vira noite e não esfria...
Mas passei um café porque a chuva me mandou entrar,
Inventei melodias porque a ansiedade me consumia...
E não consegui me calar.
Cantei, roubei uma constelação...
E agora aqui estou,
Sempre a passos de te encontrar,
Mas a cada passo teu são dois meus tentando te alcançar.


Gabriel Andreolli.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Meia luz

Nessa luz fraca não te vejo,
Por mais que eu queira tu não apareces pra mim.
O café está sempre com o mesmo sabor,
Amargo, mais do que sou.

E quando tu vai brilhar?
E quando tu vai sair?
E quando eu te achar,
Você não vai cair.

Não repita que fujo,
Não te engano, eu juro.

Desculpe por correr, mas aqui eu estou.
Vou parar, te prometo que vou,
Sei que esperas muito de mim.

Cansei de tentar escrever para ter,
Algo de bom para ler e sentir.
O futuro é meu e tu sabes que não tenho escolha.

Vou te dominar com fogo,
E vai restar só a cinza,
Vou te descobrir e te guardar agora.
Porque nesse final não existem as horas.


Gabriel Andreolli.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Delírio

Sou a ânsia do mundo comprimida,
Sou a glória e a revolta, desinibidas.
Sou o delírio, frio e calculista.
Sou a noite armada.
Sou a guerra e a paz, derrotadas.
Sou a parte que não foi encontrada.
Sou o que sou, e o que me cansa.


Gabriel Andreolli.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Noite

Sempre muito minha essas madrugadas,
Que me fazem esquecer de como é fechar os olhos e apagar,
Estou aqui, vivendo sem deixar passar,
Aproveitando cada segundo dessas noites
Calando aqui dentro cada vontade de sumir,
Bagunço meus lençóis pra não sentir
A falta que faz aqueles olhos surgirem.
Mas olha só, noite,
Não é aqui,
Bata em outra porta,
Essa eu não vou abrir,
Me deixa em paz,
Não quero dormir.
Isso eu escolhi.


Gabriel Andreolli.