quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sobre F.T.

Sonho mais do que me permito realizar,
Preciso ouvir algum som mais alto que as batidas desse coração,
Assim eu me distraio,
E traio minha mente, corpo e espírito.
Continuo te perdendo
Em cada esquina das ruas do sentimento,
Pois me foges a todo instante.
E fico aqui, escrevendo...
Crônicas sem um final,
Na areia da praia que me surge nesse litoral,
Somente para ver a maré subir e as apagar,
Pro remorso comigo não ficar.
É bem mais fácil destruir o que não se vive,
É bem mais triste tentar, e se arrepender,
Sou apenas um cara que não sabe o que vai fazer,
E que nunca, jamais, irá parar de correr.

Gabriel Andreolli.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eu sou o Delírio

O dia foi dormir e me mandou procurar
Algo novo pra usar, pra minha mente delirar,
Foi quando ela apareceu, vestida pra matar,
Quem diria ela me escolheu,
Pra essa noite ela me usar...

Guria dos olhos que roubam corações,
Pra possuir você eu tenho um milhão de razões.
Quero encontrar o verbo mais imundo que exista pra falar,
Só pra sussurrar na tua orelha quando você for me levar,
Pra onde quer que seja

Eu quero um pouquinho daquilo que você tem pra dar,
Eu quero o amor das tuas pernas
E do que há entre elas...

Rafael Panegalli.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Desventura

Tentei imaginar alguma forma de calar
Esse demônio em mim,
Que grita por socorro,
Cada vez que fecha os olhos...
Mas a noite me faz
Querer algo mais,
Pra adiar o fim,
Já que o sol vai nascer,
Aqui na minha janela,
Às seis da manhã
Pra bagunçar a tela que pintei
Com as cores do tempo,
Nessa ressaca da vida.


Gabriel Andreolli.

sábado, 18 de setembro de 2010

Santa Amargura dos Perdedores

Eu não quis mais escrever
Meus sentimentos e palavras se perderam na confusão do meu ser
A taquicardia já fazia parte de mim,
Mas a euforia sempre foi fria e calculista.

Ansiedade que me consome,
Por favor, permita-me respirar
Sem ter de transpirar a angústia de pensar no próximo segundo!
E se este não for o meu mundo?
Ah, mas isso não importa para eles...

Sigo existindo na minha substância,
Descolorindo paisagens,
Perdendo-me em cada canto,
São muitos os detalhes
E cada vez que me vem essa tua imagem,
Declaro guerra, aos prantos.

Oh, Santa Amargura dos Perdedores!
Atira uma pedra em meus neurônios,
Ensaia uma tempestade e a apresenta no Coliseu do meu caminho.
Embebede-se de vinho
E convide minha alma para festa.

Choque meus princípios!
Cravado neste solo infértil e vencido,
Encontro-me no início.

A luz do sol crema toda esperança
E quanto mais as cinzas aparecem em ti,
Mais te calo em mim e fico bem assim,
Esperando o vento te soprar...
Para bem longe,
Pra eu nunca mais achar.

Gabriel Andreolli.