quinta-feira, 20 de maio de 2010

A culpa é desse inverno

Às vezes queria ter um time pra torcer,
Uma rua pequena pra correr,
Uma mão pra segurar o peso dessa calma,
Uma alma pra compartilhar alguma verdade.
E acreditar.
Ter um sentido nessa direção.
Às vezes eu queria um calor pra esquentar minha cama vazia e vencida.
Deixa eu contaminar essa tua escuridão,
Com o pouco do amor que resta aqui.
É pequena, me encontra, que dessa vez é pra eu não te perder.
Mas se for o caso, eu cavo um buraco
E enterro teu nome junto às estrelas,
Pra ti não dormir sozinha.

 
Gabriel Andreolli.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

"Who's gonna save my soul?"

Acordei tão transtornado com emoções que haviam tirado férias, mas que voltaram a queimar em minha cabeça. Maldita enxaqueca. Estou com os punhos arrebentados, de tanto socar a parede, estou com os pulmões debilitados, de tanto inspirar incertezas, estou com a garganta em chamas, de tanto berrar por algo que nem mesmo sei. E te digo, que aqui não é nenhum paraíso. Deixa minha alma em paz, acabe com esse falso sorriso.
Já nem sei onde piso, e nem quero aquele par de asas, pra voar num segundo e no outro ter caído. Prefiro me manter intacto aqui em meu solo seguro, do que sair voando e ter desistido.



Gabriel Andreolli.

domingo, 2 de maio de 2010

A harpa de Nero

Tantas canetas que gastei e tantas folhas que rasguei, por tentar achar nas palavras o que senti e detestei. Mas não adianta, eu não encontro um jeito, nem letra nem contexto pra demonstrar o tamanho do vazio em meu peito, e eu posso correr, eu posso rastejar, eu posso rasgar essa carcaça, mas a tua marca não se apaga, minha alma já está tatuada. Ainda guardo parte dos teus cabelos, e daquele teu perfume que me confunde, pois não sei onde tu estás, e muito menos como tu virás, mas pequena, tu sabes, que o que é meu, sempre será.


Gabriel Andreolli.