sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Um blues pra distância

Um segundo, por favor,
Que dentro dos teus olhos poentes eu guardo sempre o meu calor.
Não neste mundo, meu amor,
Que a gente vai se encontrar em algumas das curvas que a vida dá.
Aguenta um pouco,
Que falta um bocado de tempo pra te abraçar,
E já que tu não estás por perto eu continuo a jogar,
Eu nunca quis ser peça alguma, e vou errando,
De uma em uma, até em ti repousar...
Vem aqui, me deixa te roubar,
Bem aqui, eu devo te mostrar,
Que nessas ruas avessas a gente pode dançar,
Afinal, somos só dois corações perdidos,
Numa selva de concretos erguidos,
Só sabendo do final e nada mais.

Gabriel Andreolli.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Por que não?

Porque

Não me alenta essa tua beleza distante,
Não me acalmam esses teus olhos gritantes,
Não me afaga o carisma pregado em teu semblante,
E escondi tudo isso aqui dentro do meu caráter errante.

Não me agrada essa tua pele de neve,
Não me aquece essa tua cama que ferve,
Não me envolve teu carinho que não me serve,
Não me consome essa paixão que fora breve.

Agora não reclame da minha apatia,
Pouco do que sobrou daqueles trinta dias,
Foram as lembranças de algo que senti,
Mas o que passa, eu deixo evaporar,
Assim eu escrevo que não sei amar.
Não, eu não sei lidar.


Gabriel Andreolli.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

@angustifolia

Angustia sentido devasso que faz o espírito inquieto
Que no peito sufoca os sentimentos da vida
E é quando a lágrima sentida cobre o brilho da alma
Embaça as cores da vida nos roubando à calma
Folia, sentimento moleque que nasce criança
Sem forma, sentido, rumo ou direção
Um misto de alegria com descompromisso
É viver a vida sem pensar em nada,
É cheiro de chuva, de terra molhada
Só lembranças boas na memória retrata
E quando se juntam qual o resultado?
Não é apropriado buscar definição
É sentimento pagão feito em metamorfose
Que em altas doses é recomendado
É sem meio termo, vivido no extremo
Como chorar sorrindo ou sorrir chorando
Cantando tristezas versando alegrias
Que bela mistura tem o resultado
Que deixa o recado sem palavras vazias
Ficando o resumo em ANGUSTIFOLIA.

Alexandre Zampiva.

Noite II

Noite, tempo guardado ao sono dos justos
E para os insanos uma fábrica de ideias
Lider da alcatéia o lobo dos devaneios
Se mostra em anseios, angustias e dilemas
Sem causar problemas à identidade
Traz a genialidade dos textos e poemas

Noite, alimento sagrado do boêmio perdido
Que a insônia castiga lembrando de amores
E em dissabores adoça os sentidos
Derrama-os perdidos em poucas palavras
Desenhando a alma rabiscada em versos
Que por certo em lágrimas o espírito lava

Noite, é ninho perfeito para os temores
Mãe da insegurança que da luz ao silêncio
Semeando o medo nas mentes loucas
Sentindo na boca o trepidar dos lábios
E até os mais sábios não revelam os segredos
Pois sabem que a noite também é mãe dos medos


Alexandre Zampiva.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Vem Comigo Navegar

Tenho me perguntado o que você espera...
Eu icei minha vela, vem comigo navegar,
Num mar de lençóis,
Onde possamos ficar a sós,
Bem longe, onde só exista nós,
Contigo me perco e admito
E quando encontro,
Encontro-me perdido,
Bem aqui,
Me deixa te envolver,
Prometo roubar o mar
E asas pra voar,
Só pra te levar,
Pra um outro planeta
Onde não exista tristeza,
Muito menos lágrimas.
Abra os braços e venha correndo,
Que o medo já ausente,
Me mantém quente a te esperar.

Gabriel Andreolli e Rafael Panegalli.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Polarização Universal

Lúcifer

“Do paraíso atirei-me de cabeça ao purgatório. Percorri quilômetros em queda livre, e ao me esfacelar naquele solo ardente, encontro-os me esperando, Caim, Nero, e toda a encarnação da maldade. Eles queriam apenas ver em meus olhos o ódio que me fez descer, e acreditar no que fui capaz de fazer. Invejavam-me. Nunca viram tanta escuridão, achavam-se donos do umbral. Tornei-me um buraco galáctico com o passar das eras. Sou a explosão atroz do sistema solar e o obscuro. Sou a ausência de luz e sou eu quem vai te fazer largar tudo e cair. Porque aqui embaixo, eu sou o imperador que regressa, e quanto a ti... Nada mais que um servo.”



Deus

“Não acredito que em meio a dragões a esquizofrenia do mal se jogou ao inferno. Não creio que ele pisou sobre meu céu e dançou o funesto ritual. Como não percebi? Era escuro demais para ser um de meus anjos. Ah... Ele foi capaz. Esquartejou a inocência daquela garota em terra, usou da corda para encontrar o portal da morte, pulou os portões celestiais, e agora deve de estar sentado em seu trono rubro na treva do inferno. Maldito Lúcifer. Ensinei-o bem.”



Gabriel Andreolli.